sábado, 9 de abril de 2011

Are these your eyes ...



Em um dia de verão, andando por aquelas ruas apinhadas de gente, te encontro em uma esquina. Você me olha com aquele mesmo olhar penetrante de sempre; sorri.

- Que dia quente, não?
- Verdade.

Incomodada com aquela aproximação e teus olhos fixos em mim, desejo escapar dali o mais depressa possível. Mais você não deixa, e ainda parece adivinhar o que de fato estou querendo.

- Quer almoçar comigo? Aqui perto tem aquele restaurante que você gosta tanto.

Quis te matar naquele instante. Me olha daquele jeito que só você sabe e ainda quer me levar no restaurante onde demos o primeiro beijo. É de mais pra mim. Tento tirar da mente a cada dia, lembranças daquele encontro perfeito, do beijo, da música que tocava ao fundo e que acabou se tornando nossa. Foi uma noite perfeita e você, com todo o seu romantismo, a tornou eterna.

- Quero. Eu...só não posso demorar muito, viu!
- Tudo bem. Vamos.

Caminhamos por aquelas ruas que um dia presenciaram todo o nosso amor. A floricultura a duas quadras dali, onde você me comprou uma rosa. O lago perto da praça, onde com o seu violão, tocou as músicas mais lindas que meus ouvidos já ouviram. A lojinha de souvenir onde...

- Ei garota, em que mundo você ta?
- Aah, desculpa, eu só estava...é...lembrando que eu tinha mil coisas pra fazer e não posso mesmo ir almoçar com você...
- Ei, prometo que vai ser rápido.
- E..Ta. Tudo bem.

Entramos no restaurante, e pra minha fraqueza, nossa música tocava.

- Lembra dessa música? É nossa. Ela sempre tocava quando vínhamos aqui. – Ele disse sorrindo.
- Lembro sim. – Só conseguia dizer poucas palavras. Estava fora de mim, totalmente presa em lembranças.

Nos sentamos e ele fez questão de pedir meu prato favorito. Começou a falar sobre quando namorávamos, eu não conseguia escutar nada direito. Estava enjoada, zonza com todos aqueles pensamentos.

- ...foram momentos muito bons, pode ter certeza.
- É, foram sim. Essa comida ta demorando, não é?
- Eu posso te fazer uma pergunta?
- Ta..pode.
- Você ainda me ama?


(A fala não é ouvida, os movimentos se tornam lentos; mais nada importa.)

Apesar de toda mágoa, não a como resistir ao teu sorriso! Há algo em teus olhos que me prende. Em teu toque, sensações inexplicáveis. Existe um mundo totalmente diferente quando te vejo. São segundos inebriantes. A única coisa que vejo, são teus olhos e viajo profundamente por eles tentando te decifrar. Cada brilho, cada piscada esconde um homem que aprendi a amar.
Pela boca, tento dizer que não. Mais em pensamento sussurro desesperadamente que te amo. Percorro todo o teu rosto com meus olhos de menina. Minhas mãos irrequietas embaixo da mesa querem te tocar. Minha boca quer sentir mais uma vez teu beijo, meu corpo precisa do teu aconchego, meus ouvidos precisam sentir teus suspiros e ouvir tua doce voz. Ah, como eu te amo tanto!
E essa vontade, que cresce cada vez que te vejo, de pedir que volte que me faça sentir toda aquela sensação gostosa de estar contigo.

Foram tantos pensamentos em torno desta pergunta. Não sabia o que dizer. E ele continuava a me olhar. Minha respiração se tornava mais ofegante a cada segundo. Tremia toda. Maldita pergunta! Era só olhar pra mim e saberia que você é meu único amor.

- É..eu..não..não sei o que dizer. Acho melhor eu ir embora, estou bastante atrasada...
- Não foge de mim – Ele se levanta e toca meu braço – Eu preciso saber.
- Precisa por quê?
- Eu a amo. Sinto tua falta, não tem como negar. Não consigo esquecer teus beijos, teus carinhos. Cada detalhe teu está impregnado na minha mente; no coração. Eu quero você! Sei que errei, que te magoei com palavras, que fui impaciente com teu jeito de menina. Eu devia aprender a crescer contigo. Por favor, me dá uma chance pra mostrar que tudo isso é verdadeiro. Mais eu preciso saber se você me ama, se ainda quer sonhar comigo, se quer ser minha pra sempre.

Todas minhas forças pra tentar me manter afastada daquele sentimento, escaparam numa leveza assustadora. Não tendo palavras, o beijo foi a resposta de tudo.


Por: Thais Motta’

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